19.4.08

CANÇÃO DO AMOR IMPREVISTO

Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.

Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...

E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
nada, numa alegria atônita...

A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.

Mario Quintana

Um comentário:

Natureza Poética disse...

É sempre um prazer ler Quintana!
Sinto nos versos uma pureza que me faz bem.
Andei por ai... dei mesmo uma vasculhada nas postagens.
Seu blog é ótimo! Continue... Um abraço!

notas de um dia de cão. esse é o nome do livro. um livro a duas mãos.