26.12.12

The Continuance (with lyrics) - With Johnny Cash and Roseanne Cash. In American River by Jonathan Elias

O grande rio e Johnny Cash. Johnny Cash, seus ancestrais e seus filhos.
É de se orgulhar de tudo isso.
A história dos Cash.



The Continuance - Jonathan Elias

The American river lives inside our souls… It spills onto the soil we touch, and it spreads it’s wisdom to those within reach. The struggle to remain pure is clouded by fear and deceit. Alone on it’s journey, through freedom, travelling fast against rocky ideas, to questions we ask in silence… and the answers live in peace… The river’s life, it runs through the American spirit…

My ancestors on my father’s side came to America in the middle of the Seventeenth century. The original Cash was a mariner named William, from County Fife in Scotland, who sailed across the Atlantic and settled in Salem Massachusetts. His sons and daughters, and grandchildren and great-grandchildren, spread south to Virginia and Georgia and Arkansas… they never went farther west than the Mississippi Delta. They were sailors who became southern farmers, but no musicians appeared until my Dad, J.R. Cash was born in 1932. Now in the twenty-first century, the sailors and farmers have disappeared, but musicians, singers and song writers are spilling down through the modern generations.

I am part of the river of souls who make up the sliver of America that belongs to mariners and musicians, those who love the sea and those who’ll make music. The ocean and the soil, the body and the soul… the words and the music. I am at the congruence of sea and dirt, and it becomes a song. I am from a long line of American without illusions. We became who we were. The river I sail is one of longing for what I already have, and ache to be who I already am. American without illusions… a member of the world… captain of melody… sower of words. The river and the ocean are closing tight.

22.12.12

Antes do mundo acabar...

As pessoas estão cada vez mais estúpidas. Falam com propriedade somente de coisas inúteis - o que até soa óbvio. Do carro, do time de futebol e da merda do celular. Compram roupas para o fim do mundo e pregam esperanças de uma nova civilização em acordo com um moralismo do século retrasado. Complicado.
Hoje temos mais grana no bolso, porém muito mais delírios de emergentes que escrotizam o que acham que deixaram de ser e ainda menos a noção de bem-estar social e coletivo - o mérito que defendem vê com ira o coletivo como uma condição, preferem dizer que é pregação de incapazes. Assim, aguardo as novas gerações que estarão aí daqui a 50 anos ou mais, e com um pouco de sorte menos manipuláveis. Até lá essas opiniãozinhas que defedem já devem ter ido pro brejo junto com nossas sagradas classes medianas: também compostas de pessoas burras e, diferente das demais, muito bem situadas na vida - e sabemos muito bem o porquê.
Tenho conhecido pessoas simplórias e banais em todos os lugares: nos bares, nos blogs, no trabalho, no ponto de ônibus, na sala de aula. Não tem como fugir. Elas costumavam ser mais na delas, mas agora não se pode conversar meia hora sem ouvir algo estúpido, muito estúpido até. Na minha percepção, todos se esforçam em uma coletiva auto-superação, visto por eles como uma evolução: quem se extremar primeiro vira o centro das atenções e aumenta suas chances de ser odiado e copiado. Isso é visto como marca de um personalidade "forte", de quem não se importa com a opinião alheia. "Eu falo na cara o que penso!" Tudo bem, também que ser notado, mas é tanta bobagem que sai dessas bocas... E ser bonitinha ou bonitinho não alivia nada. O phona é que esse comportamento tem se disseminado. Ô preguiça... Por falar em boniteza, as mulheres estão cada vez mais belas, e na mesma proporção, cada vez mais sem encanto. 
Sim, estou com uma preguiça insustentável de tão pesada.

16.11.12

Do alto dos 31 anos

Observo meus 31 anos de maneira estranha. Nesses tempos em que todos que cresceram junto a mim, desde criança, desde a adolescência e desde o começo da vida adulta, estão alcançando essa idade limiar que parece ser definitiva. Sim, metade da vida já se passou e o resto dela parece seguir, digamos, um rio com margens bem definidas. Parece tudo definido: tem angústias que permanecerão para sempre, erros que não poderão ser corrigidos, pessoas mantidas somente pelo esforço da memória. Daqui para frente, há os passos da experiência. Cada vez mais simplicidade, franqueza e respeito por mim mesmo. Aquelas sinuosas situações que apareciam a todo momento, as quais acreditava serem provações da própria vida, como se elas fossem autônomas a mim e a todos, hoje aparecem tão claramente como apenas meus medos e desejos. Todas as pessoas e lugares foram o refúgio de uma alma triste e sem leito. Bem vindos os que aqui chegaram.

26.10.12

FACEBOOK é o tipo da palavra que o GOOGLE gosta.

Atrás da porta, meio corpo a mostra, e aqueles olhos imensos.
Não é o olhar. Isso não significa nada, ou melhor, significa tudo o que quiser. Mas os imensos e claros olhos são reais. Eles dizem exatamente o que querem dizer: estou te olhando!
Antes de dormi e vê-los novamente, estava me acabando pelo fim de outra paixão.
Dormi e os olhos imensos apareceram no quarto com um livro nas mãos. Eles liam ali que aquilo era paixão mixuruca. Eles me olharam para que eu lembrasse deles e todo resto, inclusive dela, a dona.
Acordei.
Onde está aqueles olhos? Em um blog?
Há semanas o algoritmo me sugeriu sua amizade. E ontem novamente. Justo ontem...

6.10.12

Elton John - I Want Love



Sir Elton John, quando você acerta a mão, consegue traduzir como poucos essas coisas que nos dilaceram. Your Song e Goodbye Yellow Brick Road que o digam.

23.9.12

Tudo passa

"Tudo passa". Sim, e não está escrito que tem que ser agora. Nem mesmo antes de passarmos juntos por tudo.

Iremos nos separar - mais uma vez. Irei lhe procurar, pois sei que vai estar lá, escrevendo no seu lugar de sempre. De tão fácil de nos encontrarmos, outra vez estaremos a um toque.

Justifica-se melhor com o passar do tempo. Veja o caso das justificações da solidão. As leituras e experiências tornam qualquer um mais sabido na arte de argumentar a favor da própria solidão. Mais conhecimento não nos areja. Mais conhecimento nos faz mais aptos a defender nossas posições. Isso não é um problema: posição por posição, prefiro fazer a minha uma condição.

22.9.12

Namorados, largatas e doçura.

Namorados

O rapaz chegou-se para junto da moça e disse:
-Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com sua cara.
A moça olhou de lado e esperou.
-Você não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma lagarta listrada?
A moça se lembrava:
-A gente fica olhando...
A meninice brincou de novo nos olhos dela.
O rapaz prosseguiu com muita doçura:
-Antônia, você parece uma lagarta listrada.
A moça arregalou os olhos, fez exclamações.
O rapaz concluiu:
-Antônia, você é engraçada! Você parece louca.

Manuel Bandeira

10.9.12

Carinho é quando a gente não encontra nenhuma palavra para expressar o que sente, e fala com as mãos, colocando o afago em cada dedo...




















  '' Carinho é quando a gente não encontra nenhuma palavra para expressar o que sente, e fala com as mãos, colocando o afago em cada dedo...''

- O Teatro Mágico

Imagem Victoria Kirdy

6.9.12

Dor, vida e adiamento.

Um amigo descobre uma laranja no meio de cérebro, e diz que está tudo bem. O susto, o inchaço da cara, a infecção da cicatriz, um mês de medicação e maca. Hoje ele que está bem, e a vida mudou.
Descobriu que a sua companheira é para o resto da vida. Que o corpo acaba e a dor existe e o inesperado é regra.
Eu não tenho um resfriado e nenhuma descoberta faz anos. E tudo isso é muito discutível. E toda vida sem dor é procrastinável.

31.8.12

Prático, com amigos e dor de cabeça.

A recente guinada pragmática da vida tem de mim mais do que se pensa.
O amor que eu procurava, deixei ali fechado dentro dos livros. Só depois de superado isso de se apaixonar, entendo tudo. A grande paixão de nós só existiu porque ela era diferente naquela época. Mais jovem e mais bela certamente, mas alguém que se apaixonaria por mim por todo o resto da vida dela.
Negócios, negócios amigos à parte. Nunca pensei que iria acontecer também. Mas todos nós nos tornamos tão canalhas.
Os livros de filosofia apoiam coisas. Atualmente apoia o notebook no meu colo. A Crítica da Razão Prática tem a espessura perfeita para uma digitação fluída e sem gargalos, praticamente escrevo na velocidade que penso.
Ainda tem o Galo e pelo jeito vai ganhar este ano. É um sonho a ser realizado vê-lo campeão. Isso era mais inesperado por mim do que a menina de olhos claros que, matava todas as noites, me dissesse alguma coisa gentil. [hum]. Melhor eu esperar até dezembro.
Sobrou minha dor de cabeça. Isso nunca muda.

25.8.12

Barry Lyndon

Five years in the English and Prussian army, and some considerable experience of traveling the world, had by now dispelled any of those romantic notions regarding love with which Barry commenced life. And he began to have it in mind, as so many gentlemen had done before him, to marry a woman of great fortune and condition.

15.7.12

Insista, insista, insista, insista, insista, ...

Insista, insista, insista, insista, insista, ...
E sempre sofrerá. Isso não é só comigo, e com todos nós.
Nos olhamos desejosos. Nos desejamos com candura.
Seus pequenos olhos me trouxeram de longe. De outro mundo: pobre, sem perspectivas, e feliz. Sim, você sempre soube disso. Ah, sua franqueza e sorriso largo.
Insista, insista, insista, insista, insista, ...
Por que tudo isso novamente? Não consigo viver com a leveza? Quando finalmente me liberto, relanço meus olhares sobre mim, e curvo-me desejosamente ao peso de ti, e isso tudo por somente conseguir ter consciência da vida pelo sofrimento.

Feche a janela, pois fará muito frio ao amanhecer. E por favor, não culpemos o sol por nada poder fazer. Já há tanta escuridão para que ele ilumine e sem ajuda, não sejamos então egoístas ao exigir, que além de tudo, ele também lute contra a nossa. Sim, você sempre soube disso.

10.7.12

Indecisão, mundo, e novamente uma mulher.

Indecisão acaba por ser a vontade de viver além do que se pode. Viver tudo o que é mundo. Este é infinito.
Pode ser feliz por não estar preso a uma instituição, a uma idéia fixa, as regras ortográficas, a um lugar, um emprego, um casamento, a um homem e a uma mulher. É a minha condição novamente. Estou feliz pela minha escolha, esse ato de displicência que me garantiu ainda um último momento de vislumbre do mundo como o reino das possibilidades.
Para depois de amanhã estarei livre novamente. Deitarei em minha cama orgulhoso das esquivas que sou capaz.

20.6.12

Li por aí. Eu e o Sol.

- Papai, inventei uma poesia.

- Como é o nome?

- Eu e o sol. – Sem esperar muito recitou: – “As galinhas que estão no quintal já comeram duas minhocas mas eu não vi”.

- Sim? Que é que você e o sol têm a ver com a poesia?

Ela olhou-o um segundo. Ele não compreendera.

- O sol está em cima das minhocas, papai, e eu fiz a poesia e não vi as minhocas…

Clarice Lispector. Perto do Coração Selvagem

15.6.12

Feliz. Finalmente?

Feliz pelas escolhas que fiz. Nenhuma delas baseadas nas probabilidades de ganhos futuros.
SIM, a vida ocorre um dia por vez, e não há vida nos dias futuros.

Neste fim de semana estarei nos bares com os amigos. Nos bares de sempre, com os amigos de sempre. E as paixões? Bem lembrado, nunca as mesmas.

16.5.12

Onde permanecer?

Longe de casa sou mais triste.
Mas, longe escrevo, sonho e consigo amar.
Felicidade não existe, mesmo assim a desejo tanto.

10.4.12

Vida, admirar-se, escrita.

Terrível é a sensação de saber como será sua vida antes de vivê-la.
Fantástica é a sensação de viver ao lado de quem você admira. O que é isso? Ora, alguém que lhe faça se emocionar - isso não é igual a sofrer.
A escrita é isso aí: junto uma letra em outras e digo alguma coisa que sem ela ninguém saberia; isso serve inclusive para mim que escrevo.

26.2.12

Estatísiticas sobre facebook e o cotidiano.

Na estatística de minha vida, o facebook está quase alcançando a cerveja com os amigos. Já superou minha música, as caminhadas e os livros. Evidência do tédio e do meu abandono da cidade.

5.2.12

O que permanece contido em ti, é só para você; estamos aqui fora.

Pouco conheço de ti. Até este momento, tê-la é uma impossibilidade lógica. Tenho tempo para provar ao universo que nos implicamos mutuamente. Enquanto isso, conversamos e falamos do fim de semana, dos estudos, do pão com queijo. Apresento a ti a minha vida tortuosa sem pressa e você me convida a conhecer suas angustias de mulher. Com os dias, você se tornará a personagem principal de meu romance que não terminará em algumas décadas. E eu para você, serei mais do uma preocupação com as minha dificuldades.

Pergunte a um carpinteiro como se martela um prego. Ele levantará o martelo e atacará certeiramente a cabeça do prego. Está pronto. Pergunte, a quem nunca precisou enterrar um prego numa parede ou numa madeira, como se faz. Essa pessoa lhe responderá, e dependendo de quem for, fará isso com uma riqueza de detalhes que serve para descrever quaisquer marteladas no universo. Mas repare, utilizar-se-á de palavras. O mesmo se aplica a pergunta de como se vive.

Durma em meus braços, e se ajeite da maneira que lhe faça mais confortável. Isso é somente para você.

23.1.12

Amor, transcendentalidade, verdade e amores

O que fundamenta um argumento transcendental, mesmo ciente da impossível verdade, é seu profundo desejo de verdade. Isso se aplica igualmente ao amor. Como revestimos as pessoas amadas de tudo que lhes fazem perfeitas... E sempre voltamos à busca que nos leva a verdade personificada e a dor aceita como risco certo. Tudo ganha uma dimensão tal que a própria idéia, a pessoa criada, passa a achar a si mesma como real. Exige que sua súbita realidade seja mantida. Tudo muito fantasmagórico.

15.1.12

On Certainty. Sobre a Certeza

Se não me engano, este é último trecho escrito em sua vida que se tem conhecimento. Belíssimo. Os sonhos, o barulho da chuva, e o que não se pode questionar.

675.  If someone believes that he has flown from America to England in the last few days, then, I believe, he cannot be making a mistake.
And just the same if someone says that he is at this moment sitting at a table and writing.
676.  "But even if in such cases I can't be mistaken, isn't it possible that I am drugged?"  If I am and if the drug has taken away  my  consciousness, then I am  not  now  really  talking  and thinking. I cannot seriously suppose that I am at this moment dreaming. Someone who, dreaming, says "I am dreaming", even if he speaks audibly in doing so, is no more right than if he said in his dream "it is raining", while it was in fact raining. Even if his dream were actually connected with the noise of the rain.

On Certainty. Ludwig Wittgenstein.

10.1.12

Mágoa, maldade, amor, vida.

Eu penso pensamentos que não consigo falar. São em palavras. Seguem a sintaxe, a semântica e os usos. Não os digo, pois não os desejo.
Há tanta mágoa no mundo. Adentram-me e se renovam em mim. Assumem novas formas com dois fins: minha parcela de preconceito e ressentimento que devo ao mundo, a dissimulação e máscara da crua maldade, horror, demência.
Penso somente em mim. Penso na dor que sinto quando lembro de tanta vontade de amor e seu desperdício em quase toda minha vida. O amor por meus próximos e as distantes.

1.1.12

A melhor mensagem para todos os anos

Minhas palavras há exatos 3 anos.

Espero para esse ano de 2009 menos promessas. Menos esperança. Menos universais. Menos seres imaginários. Menos tempo na frente do computador. Menos tempo escrevendo. Menos idealizações. Menos sonhos. Menos grandes e impossíveis amores. Menos amanhãs. Mas, mais ação, vida e manhãs.

Desejo o mesmo para sempre.

notas de um dia de cão. esse é o nome do livro. um livro a duas mãos.