16.11.12

Do alto dos 31 anos

Observo meus 31 anos de maneira estranha. Nesses tempos em que todos que cresceram junto a mim, desde criança, desde a adolescência e desde o começo da vida adulta, estão alcançando essa idade limiar que parece ser definitiva. Sim, metade da vida já se passou e o resto dela parece seguir, digamos, um rio com margens bem definidas. Parece tudo definido: tem angústias que permanecerão para sempre, erros que não poderão ser corrigidos, pessoas mantidas somente pelo esforço da memória. Daqui para frente, há os passos da experiência. Cada vez mais simplicidade, franqueza e respeito por mim mesmo. Aquelas sinuosas situações que apareciam a todo momento, as quais acreditava serem provações da própria vida, como se elas fossem autônomas a mim e a todos, hoje aparecem tão claramente como apenas meus medos e desejos. Todas as pessoas e lugares foram o refúgio de uma alma triste e sem leito. Bem vindos os que aqui chegaram.

notas de um dia de cão. esse é o nome do livro. um livro a duas mãos.