28.9.19

Até o momento, só sentimento. Tudo vago, fora de ordem e com tanto sentido. Se mais vago, mais alto são as edificações simbólicas e mais perigo de virem ao chão, pois não são construídas com a solidez da coisas reais.

Hoje antes de sair de casa, sua foto foi mostrada para mim. Não pedi por isso, nem procurei, mas hoje complexas cadeias de funções matemáticas são autossuficientes para decidir o que posso ou não deixar de lado em minha vida.

1.9.19

Caminhei pelo corredor e ao virar à esquerda trombei com ela. Trombada sem violência, sem mortes, sem cadernos ao chão. Um susto leve. Ela abaixou a cabeça e seguiu e não virou para trás quando se distanciava. Eu sim, observei-a até que entrasse em uma sala no fim do corredor. Três segundo de transe... Mais alguns minutos também durante o resto do dia. Eu não fui até a sua sala. O encontro já havia acontecido. Haverá um próximo, quando eu esquecer novamente da nossa existência.

20.8.19

Passei a metade de minha vida e toda ela à espera de mim. O ser e sua autenticidade, não o conceito. Aqui estou no lugar errado e aqui permaneço porque é o único lugar que posso reivindicar como meu. A autenticidade das coisas chegou antes mesmo da minha descoberta da possibilidade de tudo. Não posso me colocar à frente do mundo e domar as possibilidades que desejo. E assim, fico a aguardar um novo alinhamento dos astros, das vontades e dos olhares.

notas de um dia de cão. esse é o nome do livro. um livro a duas mãos.