15.12.17

Ocupo-me tanto a observar-me por dentro que quando chego ao espelho não o reconheço.

As outras pessoas de fora me conhecem melhor. Por isso, procuro entendê-las quando não correspondem ao que tenho certeza.

7.12.17

Tentando voltar ao hábito de escrever com mais frequência coisas quaisquer que não proposições. Isso e outras que eu desconhecia. Ocupava-me mais de delírios e de colocar sob regras da sintaxe coisas disformes que preenchiam meus tempos dedicados a pensamentos sérios. Com calma, volto até lá onde comecei. A cafeteira italiana já apita...

4.12.17

Chuva, chuva e chuva.
Hipóteses sobre o universo. Os resíduos vão bem, e os erros explicam justo o que não posso saber.
A incerteza quase absoluta e a paralisia quanto a qual erro cometer.
Aguarde uma mensagem minha.

25.7.17

O sonho é difícil de matar no sonhador.

Por definição algo será idêntico a sua definição. O sonho é difícil de matar no sonhador. Antes, que se mate o sonhador, pois ele não deixará de sonhar.  Não há como deixar de sê-lo.  Ainda que o próprio sonho o mate. Ele continuará idêntico a sua definição.

30.5.17

As piores músicas de minha vida são as que me fazem lembrar o quanto não pude amar-te.
Tantos anos. Tantas vontades.
Quanto essas músicas me mataram. O coração crescia quase ao infinito e ficava por lá.
Assim é por anos.
À noite e só. Cerveja, cachaça.

notas de um dia de cão. esse é o nome do livro. um livro a duas mãos.