22.1.15

Hoje li que a termodinâmica pode explicar a vida como um modo eficiente de realizar a captura de energia de um meio para então dissipá-la em forma de calor. Mas p q vida? Ora, pq formas vivas de arranjos moleculares de carbono realizam isso melhor do que formas inanimadas de estruturas dos mesmos átomos. E segue-se daí um processo de criação de formas de vida. Não há nada aleatório no momento da criação. Nem nada por acaso. Pura necessidade. A vida surgi de relações necessárias entre coisas não vivas.

Este blog me surgiu como um válvula de escape para me minha cabeça não explodisse. Uma cabeça é um sistema fechado, que como todos eles, esta em crescente desordem. Uma desordem não se aquieta sozinha e pôr sentido nisso é outra maneira de evitar o pior.

10 anos já passados e estou aqui ainda. Bem menos. Apareço mais para olhar como vai o layout do que escrever. Gosto dessas cores e das fontes. Mas já me cansei do nome. Vou trocar talvez pelo o que taí agora: Alto Partido. P q? Porque já existe um outro blog que chama Partido Alto. É o estilo de samba que mais me agrada. Ok. Não posso ter tudo, nem mesmo espiar de longe o que pode ser viver assim.

Alto Partido pode não significar nada de imediato. Mas a necessidade vai fazer seu trabalho de dar sentido à esse nome também. Não há nada de aleatório no mundo, nem uma corrente infinita de consequências retroalimentadas iniciadas por uma vontade guiada por julgamentos racionais. Não mesmo. Há necessidade, e ela faz com que tudo no fim tenha um sentido.

3.11.14

Tudo vibra. Não percebe?
Não.
Não escuta o som.
Sim, mas...
Não sente calor.
Sim...
E o vento?
Aonde quer chegar? O que quer dizer?
Entender a vida.

18.10.14

Essa noite não terminava. Era um sonho comprido onde tudo coube.
Eu não sei quando ele começou. Não tenho como dizer quando ele acabou.
Uma pessoa que amo apareceu e me explicou coisas. Sobre si e tudo o mais.
Calmamente a olhava. Ela me estendia as mãos a todo momento. Me dizia por onde seguir.
Conversamos tudo que queríamos.
Acordei e tentei dormir novamente. Queria lhe dar as mãos novamente. Tomar novamente aquele café com o gosto do seu sorriso imenso.
Levantei da cama e fui trabalhar.
Ora, há tantas pessoas reais em minha vida. Pessoas que igualmente não saberia viver sem elas. E que não vivo.
Mas, à minha cara amiga, digo quem sou e todos os meus sonhos. Toco seu rosto e mundo se desfaz.
Digo a ela que vejo amor em tudo a nossa volta. E nós observamos.
Sim, claro que sei que sonhos não são realidade. São um amontoado de coisas que ficam ali guardadas no nosso cérebro e saem quando acham um espaço.
Sim, sei que não tenho idéia de onde ela pode estar a caminhar agora. Ou se amor seria algo que posso esperar de alguém que amo. E certo é que, ao fim, a amo.

Mais tarde irei para minha cama e quem sabe a encontro novamente. Acho difícil, mas estarei esperando. Da mesma forma como ainda, por vezes, me descubro esperando.
De qualquer forma, amanhã pela manhã farei meu café amargo e escutarei meu rádio como sempre.
Escrever as coisas de sempre.

23.6.14

A razões para essa página. A principal não mais me fez vir e tentar fazê-la sorrir para mim.
Ela continua lá a escrever tentando dar razão a própria vida.
Não sei até onde irei lembrar de seu rosto de anos. Não lembro nem do meu, triste como era.

"Sente-se, por favor. Aceita um café?"
"Como você está?"
"Pela manhã seu olhos são claros, sabia?"
"Estava em pensado e ir ao parque. Quer ir comigo?"
"Você tem um sorriso tão grande..."
"Hoje você está tão bonita."

A vida nunca foi tão triste como eu imaginava. Isso foi um grande erro.

notas de um dia de cão. esse é o nome do livro. um livro a duas mãos.