22.12.12

Antes do mundo acabar...

As pessoas estão cada vez mais estúpidas. Falam com propriedade somente de coisas inúteis - o que até soa óbvio. Do carro, do time de futebol e da merda do celular. Compram roupas para o fim do mundo e pregam esperanças de uma nova civilização em acordo com um moralismo do século retrasado. Complicado.
Hoje temos mais grana no bolso, porém muito mais delírios de emergentes que escrotizam o que acham que deixaram de ser e ainda menos a noção de bem-estar social e coletivo - o mérito que defendem vê com ira o coletivo como uma condição, preferem dizer que é pregação de incapazes. Assim, aguardo as novas gerações que estarão aí daqui a 50 anos ou mais, e com um pouco de sorte menos manipuláveis. Até lá essas opiniãozinhas que defedem já devem ter ido pro brejo junto com nossas sagradas classes medianas: também compostas de pessoas burras e, diferente das demais, muito bem situadas na vida - e sabemos muito bem o porquê.
Tenho conhecido pessoas simplórias e banais em todos os lugares: nos bares, nos blogs, no trabalho, no ponto de ônibus, na sala de aula. Não tem como fugir. Elas costumavam ser mais na delas, mas agora não se pode conversar meia hora sem ouvir algo estúpido, muito estúpido até. Na minha percepção, todos se esforçam em uma coletiva auto-superação, visto por eles como uma evolução: quem se extremar primeiro vira o centro das atenções e aumenta suas chances de ser odiado e copiado. Isso é visto como marca de um personalidade "forte", de quem não se importa com a opinião alheia. "Eu falo na cara o que penso!" Tudo bem, também que ser notado, mas é tanta bobagem que sai dessas bocas... E ser bonitinha ou bonitinho não alivia nada. O phona é que esse comportamento tem se disseminado. Ô preguiça... Por falar em boniteza, as mulheres estão cada vez mais belas, e na mesma proporção, cada vez mais sem encanto. 
Sim, estou com uma preguiça insustentável de tão pesada.

16.11.12

Do alto dos 31 anos

Observo meus 31 anos de maneira estranha. Nesses tempos em que todos que cresceram junto a mim, desde criança, desde a adolescência e desde o começo da vida adulta, estão alcançando essa idade limiar que parece ser definitiva. Sim, metade da vida já se passou e o resto dela parece seguir, digamos, um rio com margens bem definidas. Parece tudo definido: tem angústias que permanecerão para sempre, erros que não poderão ser corrigidos, pessoas mantidas somente pelo esforço da memória. Daqui para frente, há os passos da experiência. Cada vez mais simplicidade, franqueza e respeito por mim mesmo. Aquelas sinuosas situações que apareciam a todo momento, as quais acreditava serem provações da própria vida, como se elas fossem autônomas a mim e a todos, hoje aparecem tão claramente como apenas meus medos e desejos. Todas as pessoas e lugares foram o refúgio de uma alma triste e sem leito. Bem vindos os que aqui chegaram.

26.10.12

FACEBOOK é o tipo da palavra que o GOOGLE gosta.

Atrás da porta, meio corpo a mostra, e aqueles olhos imensos.
Não é o olhar. Isso não significa nada, ou melhor, significa tudo o que quiser. Mas os imensos e claros olhos são reais. Eles dizem exatamente o que querem dizer: estou te olhando!
Antes de dormi e vê-los novamente, estava me acabando pelo fim de outra paixão.
Dormi e os olhos imensos apareceram no quarto com um livro nas mãos. Eles liam ali que aquilo era paixão mixuruca. Eles me olharam para que eu lembrasse deles e todo resto, inclusive dela, a dona.
Acordei.
Onde está aqueles olhos? Em um blog?
Há semanas o algoritmo me sugeriu sua amizade. E ontem novamente. Justo ontem...

6.10.12

Elton John - I Want Love



Sir Elton John, quando você acerta a mão, consegue traduzir como poucos essas coisas que nos dilaceram. Your Song e Goodbye Yellow Brick Road que o digam.

notas de um dia de cão. esse é o nome do livro. um livro a duas mãos.