Não quero saber da verdade. Não conte o que te afligi, o que te faz ficar acordada pensando em coisas ruins – mesmo porque, não são as coisas ruins que te faz vê-las. Deixe os seus problemas prosaicos para os seus amigos, seus familiares. A estes, conte o seu dia-a-dia. A mim, o que nunca viveu. Em verdade, para mim nada te consome. Você sempre está linda e feliz. É claro que te idealizo. O que procuro é o novo, o raro, a distância do cotidiano. Não dou a mínima aos que dizem que as coisas naturalmente são belas. Não te quero ao natural, nenhuma mulher é naturalmente bela. Você sabe se fazer. Se produza, se enfeite, me fascine, me provoque. Me faça salivar e querer te comer sempre. Um rabo de saia, suas poesias e olhares, me capturaram, me fizeram. “E a tristeza, há tapete que possa escondê-la, há romance que possa sobrescrevê-la, meu amigo?” Vamos deixar esse trem de tristeza para outro momento, só quando estivermos sem a nossa beleza.
25.8.07
19.8.07
A gata e o mouse
Eterno início
Faz um bom tempo que não escrevo com intenção de publicizar. Isso tem haver, em boa parte, pela espera da nova cara do blog. Reconstruir o layout foi um bom passatempo para o fim das férias. Foi positivo a mudança porque está bem parecido com meu jeito. Tirando o rodapé, que roubei da casa de João Ivo depois de uma noite de secar garrafa de vinho sem rótulo, o resto está sem muitas cores e com um ar sóbrio. Foi necessário aprender um pouco de linguagem CSS e HTML, o que me pareceu, numa analogia imediata, um estudo de novas línguas pelo estranhamento inicial e a difícil progressão. Também tive que aprender a operar ferramentas básicas do GIMP para criar o cabeçalho e ajustar o rodapé ás proporções desejadas. Sobre o cabeçalho tem um detalhe interessante a respeito da figura escolhida. Essa figura é conhecida como cubo ilusório e existem inúmeras gravuras que o retratam. Acho uma criação fabulosa. Na minha forma de ver é um objeto que significa uma bela e rigorosa construção da razão humana, o cubo, igualmente como as formas que se pode construir a partir de retas e ângulos. No entanto, a mais prodigiosa das engenharias não seria capaz de construí-lo. Observe-o novamente. É um objeto da imaginação e, como tal, pode apenas ser perseguido. Ele é como aquele pombo que ao perceber que quanto mais alto voar menos o ar o fará resistência rejeita e se liberta de toda matéria para ganhar o espaço infinito. Está para além. O idiota segundo a idéia defendida por Deleuze e Guatarri e sintetizada pela citação que segue ao lado do cubo ilusório não poderia encontrar gravura melhor. Pensei em desenhá-lo, e ainda pretendo, mas esse desenho que encontrei na web é de um bom gosto tal que não titubeie em escolhê-lo. Espero não ter infringido o direito autoral de ninguém. O cubo também aparece no endereço do navegador e isso foi fácil de fazer. Igualmente fácil foi registrar um domínio próprio, que não é nada caro. Fiz o registro foi mais por achar o nome com a extensão .blogspot.com muito grande e deselegante. Para mim tem muita diferença entre www.oidiotatheblog.blogspot.com para www.oidiota.net. Se a URL www.oidiota.blogspot.com estivesse vaga é bem certo que não teria registrado nenhum domínio. O endereço é o de menos e tem um sem número de exemplos pela internet, dentre os bilhões que existem atualmente. Outro ponto sobre mudar algumas coisas, que esses lance de bilhões faz lembrar, é querer que O idiota não fizesse parte daquele grupo de blogs no qual apenas três ou quatro conhecidos comparecem, postam e se comentam, num inflamar mútuo de egos. Voltando ao layout, gostei muito da barra lateral, com sua nova fonte e widgets. Os marcadores que aparecem sob o título de “TEMAS” ajudaram a organizar o conteúdo que no momento está em 175 postagens. A caixa de busca, que inseri, vai propiciar uma busca mais refinada do blog - digite “buceta” ou “olhos” e veja o que aparece. Até aqui, já vejo outro motivo de ficar sem publicar por um bom tempo. Essas mudanças têm me feito achar que tenho também que mudar a escrita. Rebuscar e tratar de temas, não mais intuições, é o que comecei a achar ser mais condizente com essa, digamos, nova fase. Desde o início, acabei restringindo minhas criações a uma forma mais poética e literária, ou, sei lá!, mais introspectiva. Tenho versado mais sobre estados de angústia, esta tristeza que me acompanha, dentre outros momentos, durante a solidão da prática da escrita. Talvez a tônica dessa página seja a do samba para Cartola. Bem, não é minha intenção discorrer sobre isso agora, além do que, mudar o fazer não é tão simples. Rebuscar, ser menos passional são coisas que ainda não me concebo fazendo. Não é fácil largar um vício, não é questão apenas de vontade. Pois é. No momento o meu móbil não é desdobrar todos os pontos acima. É mais o desejo de registrar uma pequena satisfação de ter feito algo que me deixa orgulhoso.
notas de um dia de cão. esse é o nome do livro. um livro a duas mãos.
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