6.9.08

Bem, eu queria que entrasse em minhas terras e visse a imensidão de meu mundo. Se deslumbrasse com cada palavra que retiro dele. Entenderia que cada palavra que uso está à altura do chão e não podem ser usadas para qualquer coisa. Daí, jamais me compreendeu ao não caminharmos sobre o mesmo gramado.

O domínio é grande, com muito verde e pedras. O domínio pertence sempre a um único senhor e uma cabeça sempre preocupada. O domínio não possui limites. O domínio está em todos os lugares e em lugar algum há uma entrada. No domínio ninguém entra e nunca saio.

Madruguei e pus-me a caminhar-me nesta manhã de sol. Há tanto trabalho a ser feito. Quantas hidras a serem destruídas! Olha quanto mundo sob meus braços. Quanto para explorar e dominar!

Há pessoas que estão além do alcance e ventos que não posso saber de onde e quando virão. Se eu pudesse levantar o rosto e entender de um golpe todas as sensações sem confundir-me com a tola certeza habitual, teria o caminho para não precisar de ninguém. A falta seria entendida de outra forma. A solidão poderia ser entendida de outra forma e até não poderia existir, menos por saber como convencer alguém a permanecer ao lado do que não ter precisão de ninguém por perto.

notas de um dia de cão. esse é o nome do livro. um livro a duas mãos.