Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Como que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.
Fernando Pessoa
Do poema surge coisas que não é para todos. Daqui para baixo é para uma pessoa apenas.
Ontem a vi como uma quase-desconhecida. Bela ainda é, mas como as demais.
Costumava pensar que quando acontecesse de vê-la assim eu já teria perdido o jogo. Fui forte o quanto pude.
Sempre irei lhe olhar, não posso furtar-me às lembranças. Pelo estado de coisas que se mantem, talvez eu nem te esqueça.
Se ainda vem aqui ler-me, é mais por hábito. Não vejo nada pra além disso que seja condizente com o que me escreveu da vez que quis que eu entedesse nada podia haver. O que ganhou com isso? Se arrepende? Ainda que sim, o que os seus amigos pensariam de você junto a mim?