Uma fervorosa aposta que fiz nas palavras como solução, perdi. Nessas sagradas criaturas anteriores a tudo que sou, ainda creio da boca dos outros. Ah! Toda atenção dei a elas; fiz órfão o arder de meus dedos, ri dos que diziam que de um miserável só os braços importam, ignorei que nem todos infelizes têm ouvidos e olhos.
Aos deprimidos não posso dizer: “Ajudem-me, sou como vós”. Não me importa a dor alheia, sempre sou mais forte que os demais. São todos tão fracos. Far-me-iam um mostro se souberem o que passa em meu coração. Alguém gostaria de escutar-me? Alguém suportaria escutar-me e não temer a minha companhia? Nunca irei saber.
Ela teria me escutado já que me lia. Ela foi a minha maior aposta mesmo sendo ela tão ridícula. Tenho vergonha de meus vícios e digo até que não os tenho e ela, por sua vez, se gaba dos seus como se fosse eles e o que tem para além da si e falta de graça. Uma dona triste. No mais, que o diabo a carregue porque não preciso do amor dos fracos. No entanto, temo ainda amá-la.