2.12.11

Vivência


A primeira vivência que chamei de amor foi justo aquela que não escolhi. Lembro-me do dia em que visitei um lar e, lá, ela estava. Ttudo antes mesmo de eu estar pronto para a vida. Ora, a vida era para ser construída ao seu lado. O mundo estava ainda por se fazer.
A segunda foi um ato da razão. Fiz minha escolha acreditando já saber distinguir o dia da noite, eu e outros, subsumir conceitos, e que o mundo, na verdade, me constrói junto com as minhas obras. Insistia em seguir meus juízos, pois tinham fundamentos palpáveis: as minhas lágrimas. Acreditava estar certo em perseguir a vida que escolhi, mesmo que a vida de minha escolhida já estivesse em progresso e nunca próxima de mim.
Hoje, creio estar em liberdade.
“Mas, estas a fugir e é somente isso o que faz. Isso é liberdade?”
Mas consigo novamente escutar Debussy, belo como se pertencesse somente a mim e antes de tudo.

notas de um dia de cão. esse é o nome do livro. um livro a duas mãos.