A primeira vivência que chamei de amor foi justo aquela que
não escolhi. Lembro-me do dia em que visitei um lar e, lá, ela estava. Ttudo antes
mesmo de eu estar pronto para a vida. Ora, a vida era para ser construída ao
seu lado. O mundo estava ainda por se fazer.
A segunda foi um ato da razão. Fiz minha escolha acreditando
já saber distinguir o dia da noite, eu e outros, subsumir conceitos, e que o
mundo, na verdade, me constrói junto com as minhas obras. Insistia em seguir
meus juízos, pois tinham fundamentos palpáveis: as minhas lágrimas. Acreditava
estar certo em perseguir a vida que escolhi, mesmo que a vida de minha escolhida
já estivesse em progresso e nunca próxima de mim.
Hoje, creio estar em liberdade.
“Mas, estas a fugir e é somente isso o que faz. Isso é
liberdade?”
Mas consigo novamente escutar Debussy, belo como se
pertencesse somente a mim e antes de tudo.