Não quero saber da verdade. Não conte o que te afligi, o que te faz ficar acordada pensando em coisas ruins – mesmo porque, não são as coisas ruins que te faz vê-las. Deixe os seus problemas prosaicos para os seus amigos, seus familiares. A estes, conte o seu dia-a-dia. A mim, o que nunca viveu. Em verdade, para mim nada te consome. Você sempre está linda e feliz. É claro que te idealizo. O que procuro é o novo, o raro, a distância do cotidiano. Não dou a mínima aos que dizem que as coisas naturalmente são belas. Não te quero ao natural, nenhuma mulher é naturalmente bela. Você sabe se fazer. Se produza, se enfeite, me fascine, me provoque. Me faça salivar e querer te comer sempre. Um rabo de saia, suas poesias e olhares, me capturaram, me fizeram. “E a tristeza, há tapete que possa escondê-la, há romance que possa sobrescrevê-la, meu amigo?” Vamos deixar esse trem de tristeza para outro momento, só quando estivermos sem a nossa beleza.
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