Tento procurar palavras como sempre. O cansaço diz que não adianta mais. Palavras na poeira da mesa são só sujeira. Em alguns casos é como uma pá de cal. Bem, tenho um pano para isso. Há um violão me chamando, For killing the past and coming back to life. O sol da manhazinha acima de todas as nuvens negras, sempre lá. Amanhã vou acordar cedo. O sol que irradia a pedra que sou. Ser sol é o ponto. Fique comigo para sempre, seja minha namorada, não largue minha mão. Quando cheguei aqui pensei que seria mais fácil viver, que era só escrever. Infinitos bites. No mundo tem tanto medo, timidez e acanhamento de ser sol, emanar. Medo de ser jardim, de chamar as borboletas. Chegaremos lá, bem alto. Iremos planar, tomar vento na cara, precipitar sobre as pedras. Quis só a beleza, a sinceridade. Todos têm tantos problemas. Quanta infelicidade e um sol apenas. Quero saber se lê nosso mundo, se pisa na mesma grama do que eu. Não pode só eu estar só, que só eu chore. Paixão, tesão, amor, sexo, calor, nós. Esperem por mim, estou indo para onde há luz.
14.11.07
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