13.10.07

II.

Escrevo vagamente para os poucos que me acompanham.
Destes, os que me procuram apenas quando estão tristes são os que mais odeio. Deixam-me quando o dia amanhece e voltam para suas alegrias e prazeres, amigos e amores. A mim resta esperar que numa manhã qualquer não mais me deixarão ou que eu os deixe de vez.

Vejo que esqueci mais uma vez que prometi esquecer-te.
Sofrendo se aprende a sofrer. Por mais desesperada que uma mensagem que põe à mesa o que a falta de uma pessoa significa, nada justifica o silêncio da outra parte. E nada justifica o meu medo de dizer-te isto. Por que acha que eu não seria capaz de entender-te? Liberte-me desta dúvida.
Espero chuva para amanhã.

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notas de um dia de cão. esse é o nome do livro. um livro a duas mãos.