Falemos a verdade. Se eu fosse um escritor não estaria num blog - já descarto o tal do poeta porque realmente não tenho saco para poesia. Mas quando sou, não dou a mínima para o blog. Não leio blogs porque sempre são bobagens pessoais sem nenhum sentido para mim, além de serem muitos bem pretensiosos. Sempre me interessei por opiniões sobre coisas que não coisinhas cotidianas. Convenhamos, quem realmente acha que sua vida pessoal é algo que deva atrair a atenção alheia imersa num mundo tão extraordinariamente surpreendente? Ok, esse mundo é um agregado dessas bilhões de pessoas insignificantes. Sim, mas o agregado em pouco se assemelha a essas vidas isoladamente. Opa, temos aqui uma grande sacada: quem puder descrever essa linha tênue entre nossas vidas sem muita graça com o todo fará literatura de verdade e ciência. Mas se ficar somente de um lado ou de outro, ou no meio, será outro delirante sem apelo a percepção ampla. Um pouco de objetividade é igualmente importante, não podemos compartilhar significados sem ficar apelando demais para que haja uma correspondência imediata entre nossas sutilezas e o entendimento do leitor. Mesmo que boa vontade e imaginação exista do outro lado, ambas fundamentais, a inteligência, que é o que da consistência na leitura, falta bastante. O nível no geral é bem baixo e não se pode esperar muito. A maior audiência sempre são de textos que se utilizam da ignorância de nossos leitores - e nem tô falando das asneiras do povo colorido e semianalfabeto da comunicação social. Estou falando de quem tem astucia de utilizá-la: sim, ela existe e pode ser canalizada. Não há sutilezas literárias e cotidianas que valorizam o texto e a inteligência do leitor nesse mundo. Por isso me mantenho firme em não desperdiçar com eles meu tempo mesmo gostando muito de ler.
Poderia esticar isso por muito mais linhas. Mas a preguiça é tanta que irei voltar para meu livro que lá para os quarenta conseguirei terminar.
17.11.11
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