Não há palavras que persuadem mais que beijos, sexo, promessas de amor ao pé do ouvido – quem ao te conhecer não as faria? Aqui vejo que pouco adianta que eu escreva diante do que pude presenciar. Mas por que ainda escrevo? Vi seus olhos perdidos enquanto estava sentada pouco antes de ir embora. Acreditei que fosse por minha causa, porque me ama. Quanto nos olhamos. Mas isto é real? Gostaria de esquecer aquela noite e ingenuamente te esperar todos os dias na biblioteca como se sempre estivesse só a me aguardar, mas as coisas não funcionam assim. E te digo que acredito que estávamos tão próximos desta vez do nosso encontro definitivo. Faltou tão pouco...
Onde está minha auto-estima ao escrever isto:
Minha vida é em preto e branco.
Ao meu lado, viveria, certamente, com saudade da exuberância de cores e mundos.
Sentiria poucos sabores em mim.
Tenho as mãos ásperas.
Não poderia lhe amar com nada além de meu amor, pois tenho uma vida que não é das mais fáceis.
Muitas mágoas me corroem por dentro.
O que busco é a boa vida apenas.
Certamente estará melhor com outra escolha, viverá mais.
Ao menos mais feliz como pude perceber.
Não sou uma pessoa qualquer, sabemos disso.
Hoje fui ao bar de sempre movido pelo convite de um amigo e pelo desejo recôndito de encontrá-la. Suas amigas lá estavam na primeira mesa perto da entrada conversando jovialmente. Fui para o fundo perto da máquina que pede moedas em troca de música; esta noite Beatles, Pink Floyd, Paralamas é o que lembro. O lugar estava cheio de pessoas que pessoas que se achavam agentes e de inspiração para falar. Eu estava radiante. Falava com desenvoltura e precisão. Os conceitos estavam claros e os argumentos afiados. Imaginei por diversas vezes se você estivesse na minha mesa ela seria a nossa mesa. Fui embora sem vê-la e tentando imaginar quando ocorrerá novamente.
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